terça-feira, 2 de novembro de 2010

As pessoas...


Pessoas passam, a vida inerte.
Incessante essa busca de renovação.
As pessoas insistem permutar identidades.
Fazem expor, repor, vendem emoção,
mentem suas idades

Um navio em alto mar,
com suas ondas modulam amar.
Pessoas nadam, exploram o espaço
e descontroladamente iludem, recusam laços.
Prefiro olhos. As pessoas...

Como o vento no balançar
de suas madeixas à tocar.
As passagens de passagem estiveram,
pelos cantos da terra quiseram
ao menos uma vez. Percebi.

Livre e sensível, veloz inatingível.
Sutil bicar. Sugue belo Beija-Flor!
Corte voando, voe cantando. Invisível?
Asas tanto batem que repetem.
Mal existem? Abençoados eternizam-se, refletem.

A representação das ações marcantes,
a constelação das ações instigantes.
Pessoas denotam território. Inexpressivo movimento.
Agem faltosas incansáveis pela insaciedade.
Uma população danificada de variedades.

Esquadrinho-me então enquadrado nestas linhas,
atolado, por algo, algum metro,
metrificado, por este suave aconchego.
Da parede interposta entre nós.

São perfeitas aquelas rápidas pessoas?
São especiais monstros mutantes universais?
Acho, penso, tudo tão tenso.
Daqui não quero, me arremesso

Isso! Vai e se esvai jovem!
Nisso mergulhamos incontestáveis. Fugazmente homem.
Impulsivo, corrompido, enfraquecido. A. O.
Mescla mesclado de odores brutais.
Resto retido de lutas banais.

Esqueça! O comovente é vulgar.
Vulgares são seus alienígenas sentimentos.
Corriqueiros são os afetos declarados.
Imaturos são aqueles poemas declamados.
Sujeitos ultrapassados? Não possuem consentimentos.

Provavelmente investimentos puros em intenção
a longo ou preparado tempo
igualam-se aos versos dispersos imersos
sem direção.
Forças lânguidas e desmedidas guerrilham

O fruto concebido
O luto permitido

As pessoas...

Acessíveis no pontual discurso clássico,
corruptos vilões, sois neve escura
enrijecendo os coitados corações trágicos.
Logo não se vê inocência.
Não mais.

Perdeu-se no abismo da indiferença.
Pessoas...
Pra que se preocupar inútil?
Vale a pena sua presença?
Ainda tenho comigo mais mil.

Estou apressado, privado de confete.
Inúmeros são os números somatórios.
Qualidade em quantificar coisas humanas,
vaidade em privilegiar roupas mundanas.
As pessoas...

Tá, já entendi quase tudo.
A indiferença diária concebe distanciamento
e a proximidade não perpetua
por se achar inapropriado algum estreitamento.
As nuvens se espalham.

Folhas pelo chão caídas arrancadas
no vazio opaco sem corpo,
que de morto somente sopro
aquiesce encher as magias destroçadas.
Mágico amor. Pavor hoje denominar amor.

Fútil é merecer antiquado ritual,
acreditar nesta seita minimamente mortal.
Me mostre somente um motivo
para crer em tal crivo.
Nego denegando sua presença

Roda, roda no sujo contemporâneo.
A crítica que você precisava.
Vive, vive no poço subterrâneo.
A notícia que você repudiava.
Ainda existem guardiães do Sol.

Descobri indignado a fórmula traiçoeira.
Ser rápido como todos ratos.
Devoram desfazendo ligeiros seus rastros.
Descobri repugnante escola de ratoeiras.
Imagem pestilenta e dominante.

Agora, de agora em diante
as noites não serão breves,
irão perdurar eternamente reproduzindo toques,
concederão contato, mais que semblantes,
os habitantes aceitarão o choque.

Preste atenção, queira e ouça,
o leve sussurrar das espécies.
Cada respiração um fascínio descreve-se.
Faça a fusão e espere.
Não tema, acalme-se.

Pessoas...
As...



M. F. C.

sábado, 23 de outubro de 2010

História


A escolha é sua bela jovem
Negue o oculto e esconda verdade
Olhe o vulto e finja caridade
Escolha! É seu este másculo homem

Quando pousei no terreno fértil incerto
Logo percebi rei ousado por perto
Em sua carruagem viril a brilhar
Impôs coercivos poderes pobres em cativar

Mas como aparência sobrepõe perene essência
Não bastou ao camponês somente prosa
Reclinou cortejando-a, calada deu-lhe as costas

Esta história que ouviste em atenção
É novamente a penúria incidindo repetição
Vozes concretas, a vida não é idealização




M. F. C.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Palco de Interpretação


Deixe que as flores perfumem
As fissuras causadas por conseqüências
As rasuras provocadas por violências
Deixe Elas, as histórias resumem

Condensam os episódios de angústia
Compensam a experimentação pouco acalmada
Senhorita! Cada escolha uma renúncia
Os nós espelham relação conturbada

As atitudes consomem os ressentimentos
Seus comportamentos extinguiram nobres intentos
Foram-se as ondas destemidas efervescentes

Termine as cenas, chega atriz!
Encerre os atos, imprecisa atuação
Não cabe espetáculo sem emoção



M. F. C.

Plena Alegria


Simpática empatia, luz bela estrela guia,
Carismática doçura, cara cintilante que irradia.
Tua presença acalma revolto mar agitado,
Preenche ausência falta de companheirismo fadado.

És equilíbrio honrado envolto por vontade.
Caminhe sem medo, contorne suas aflições.
És manhã renovada conquistadora de corações.
Ande, ame, deleite-se, sacie a saudade

Tempo ao que é do tempo!
A jornada notória compensa conseqüente glória.
Os que ficam são sentidos momentos.

Veja ao seu redor dinâmica nipônica,
Percebe quantas flores clamam teus cuidados?
Ria, saboreie, prove, não encontrarás obstáculos.



M. F. C.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Animais Resolutos


Cala-te apressado ser que não espera
Sua corrida se vai como guerra
Lhe corrói deturpando sentidos já empobrecidos
Sugado o idiota, fluido mendigo criado enraivecido

O silêncio prudente escapa às palpitações borbulhantes
Inocente meus lábios quando vorazes quietos atentos
Barulhos em tormentos, calados ventos. Em contento.
É noturna chuva às convulsões delirantes

Este ambiente exala mistério sob paredes
O chão frio conspira passos vagarosos
Inesperavelmente se vai, atrelam-se as redes

Animais resolutos em obstinações não salutares
Inesperavelmente saem, caem nesta turva competitividade
Salientes sobremaneira as pestes perdem dignidade



M. F. C.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Tempestade


O grande feito foi desejar
Inspirei nebulosas conspirações em ausência
No instante jeito de amar
Chorei recluso mitigando pobre clemência

Então, joguei-me velozmente ao chão
Violando as portas, trancafiando crueldade
Era fato ferimentos devido veracidade
Fato as fissuras concederem invasão

Necessito de conselheiro ombro amigo
Privei audaz guerreiro de viagem
As idéias sugeridas correm perigo

Santo destino, estrondoroso badalado sino
Estremece os tímpanos reiteração visível
Tempestades camuflam sol a pino






M. F. C.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Minhas Letras


Que minhas palavras cheguem
até seus olhos.
Que minhas poesias assosseguem
o furor cego.

Minhas letras por anestesia acalantem
suas dúvidas.
Não nego!

Conduzir-te-ei pelas encruzilhadas
prostradas por tuas estradas.
Que meu afeto seja para ti
como o doce deguste dos doces
prazeres mundanos.

Minhas idéias constroem,
desobstruindo o mais dos profanos.
Enxergo adjetivação!

Guiar-te-ei por nuvens estruturais
voltadas para o céu em ascensão
em montes esculturais.

Que meus eternizados versos nestas linhas
Digam que ao menos um momento
fui temerário idealizador.
Não temo!

Minhas ações, independentes de relações
Invadem territórios cordialmente
num fervor avassalador.

As vontades não cessam em refutar.
Que minhas lágrimas não existam
para enfeitar meu pranto.

Que estas estrofes não coexistam
somente invólucras por rimas.

Minha velocidade épica gritará
seu coro.
Me entrego!



M. F. C.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Pedaços


Queria dizer-te apenas para externalizar
Seria pétalas seu todo completando
Despretensiosamente dedo de prosa contemplar
Não intencionadas num sopro cantando

Quebre meu cristal com suposições
Definhe minha cortesia com indagações
Questionamentos críticos fazem norte diluir
Minimamente em pedaços quedantes cair

As asas se cortam rompidas
Como partes recíprocas interessadas fingidas
Um lado somente demonstrou inclinação

Antes do começo já desfeito
Note calejado simplório no chão
Jovem sonhador fantasiando ser paixão




M. F. C.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Receosa Expectativa


Que expectativa antecede audaz
O medo torturante precede surpresa
O cetro dominante atiça capaz
Essa narrativa por premissa receosa

Ei! Tente não ser tentado
Ao incerto tempo se aproximando
Ei! Sente e espere cantando
Ao som romântico e falado

Futuro e hipóteses são detalhes
Frutas de veneno, perniciosos males
Uma fuga de menor momento

Na corrida pelo pote dourado
Pessoas imaginam competindo às cegas
Lute e não coloque rédeas





M. F. C.

A Rocha Chocada


Uma rocha chocada por fora
Numa tocha queimada cor abóbora
Entristece-te mendigando força em colo
Envaidece, empalidece inatingível sem solo

Um véu de vendas ousadas
Num muro de fendas estagnado
Recebe acolhimento fraterno coitado malgrado?
Banalize, batize suas armas fundadas

Fingir fugir fingindo final feliz
Caro falso poder, ideal raiz?
Esqueça as ordens idiota temente

Demência partícula parte nobre esnobe
Escureça afetiva carência! Jovem sonhador
A imanência banida possibilita, encobre




M. F. C.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Onde Estive


Onde estive quando a eloqüente
indagação resoluta permeou
meu coração
Onde estive quando a conseqüente
informação astuta nomeou sua intenção
Onde estive quando sua voz descreveu aos meus olhos
como sofrer sem ao menos manusear
Mesmo simples ato em dirigir
a palavra proferir
reduzir-me-ei em cinzas
Tua sonoridade me dilui
Nua veracidade me institui
Pranto seco
Onde estive quando o inevitável
movimento das folhas
revelava que não era
Onde estive quando a irrefutável
marca me deteve
Os ciclos se fecham
Onde estive quando me escondia
As palavras soltas anunciam
Chamaram, reclamam, eclodem.



M. F. C.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Tóxico Ato Banal


M - Ignoro-te substancialmente por querer importunar
M - Sua presença invariavelmente aglomera espaço
M - Então me deixe! Permito curar
M - Então me dê, conquisto traços

P - Ai como dói, que tenho?
P - Mais remédio? O trono engenho?
P - Ai como sofro! Suprimiu-me atenção
P - Trago troco. Por mera ilusão

M - Para! Meus fármacos são exatos
M - Sei, reduzem-no à cacos intactos
M - No elevado dopado faço-te alienado

P - Tóxico ato banal déspota medicalizador
P - Posso sonhar, criar, construir relações
P - Deixe. Posso emergir, romper tradições
(M) Médico - mor
(P) Paciente - servil

M. F. C.

Amarras Floridas


Mulheres que provocam mazelas
Sentem para se sentir
Mulheres que retocam sequelas
Mentem para se inibir

Apenas ouço o sussurrar
As penas malditas punitivas
Águias se inauditas fugitivas
Algemas em grosso balançar

Fosse prática a compreensão
Talvez flácida a emoção
Maldade minha clamar caridade

Mulheres para não reter
Experimentar em não esperar
Flores passíveis de amar



M. F. C.

Molhada Margarida


Serena doce olhos de mel
Belos lábios, tens cor cerejeira
Dê-me vícios incessantes de primeira
Jogue indícios instigantes brando céu

Verdade vã tocar-te por representação
Disparidade sã repousar simples saudação
Naquele dia, embora parecesse irreal
Teu sorriso surgido reinou real

As palavras traçam perfis comunicativos
Delineiam curvas sutis em acordo
Conteste dourada justa! Contos argumentativos

Oh querida bela apreciada donzela
Montante mesclado molhada margarida Estela
Sadia simpatia semeada saudosa singela


M. F. C

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Deusa Fértil


Como um doce em sabor
Durável em intensidade seu calor
Volição reiterada, deguste ato prazeroso
Inibição aflorada, ilustre fato mendigoso

Polivalente mulher, voraz afrodisíaco talento
Ascendente terna, audaz lírico tento
Encantadoras qualidades feroz dócil leoa
Virtuosa melodia, sonorosa música, entoa

Descrevi-te imperiosa em contextos complacentes
Sua viril marca vital acolhedora
Descrevi-te generosa sem textos precedentes

Fértil robustez, inovada pérola estável
Sutil guia, mostraste útil vigia
Fértil solidez, admirada materna amável


M. F. C.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Verdades


“Não existem inverdades infundadas, ditas verdades informadas, vozes inaudíveis, cores manchadas. Não existem meras palavras pronunciadas não-intencionadas. As relações não são desinteressadas.”


M. F. C.

quinta-feira, 8 de julho de 2010


"Uma gota no Oceano, Um grão de areia, A vida é uma parcela ínfima diante o plano terreno"


M. F. C.

sábado, 5 de junho de 2010

Stelle Permanente


Estrelas permanentes, comparsa crepúsculo apaixonante
Perseverar seus gestos, seus semblantes
Comunico-me sentir curtos/longos momentos
Livro da vida, breve tempo

Nossa história premiou nobre felicitação
O brilho do verde jaz
Itália, Itália, branco nossa paz
As cores vermelhas, ardorosa paixão

Ma! Calmante, encantadora Flor, acalanto
Bene! Rosa inebriante, doce canto
Va! Viva temerária, estonteante Jasmin

São velozes marcas que transformam
Demasiadamente belas, amáveis significantes, expressam
Tornare alla terraferma, l'acqua corrente


Motivo:

Às grandes amigas Italianas. Amizades que levarei sempre no peito.



M. F. C.

domingo, 9 de maio de 2010

Vazio existencial
Vácuo aglomerado inabitado
Faltosa reclusa inobservada inspiração

domingo, 11 de abril de 2010

Vastidão

Quão vasto é o mundo perante as obsolescências românticas reinantes. A vida é poesia, a poesia introspecta, externaliza em sons silenciosos os múrmurios gritantes que as pessoas emitem sensibilizar. Situações de permissividade, sugestivas idéias para sentir as dores deste planeta água. Pranto nos olhos,coração em chagas, e as imagens ao redor ecoam sem deixar rastros. As pegadas não fazem apreender esperanças, ando por estas trilhas que só levam à uma terra sem lei, sem justiça, fluida e ao mesmo tempo indissociável enquanto seres. Ah se meus sonhos unificassem a aurora inebriante romancista, faria chover estrelas de amor sob vozes e toques produtores de calmaria. Almas perdidas, carentes faltosas. Minha falta se encontra em você, identifica-se, humanizo-me, partes faltosas que quando convergidas num mesmo espaço se completam apesar de todos percalços que os acontecimentos oferecem, e por um triz não escapo, um suspiro e nada mais, o suficiente admirável.


M. F. C.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Flor Lírica


Abro mão de ti insensível
Orgulho feroz cão resoluto malvado
Horripilante mágoa, implicante impiedoso soldado
Executo-o malvado monstro rancor invisível

Liberto-te de mim pássaro alado
Voe livre natureza, sua liberdade
Sinta todo o universo contemplado
Leve suas penas pássaro selvagem

"Intrépido cowboy" dos sertões inabitados
Sua coragem o prende solitariamente
Deplorável individualidade dos maus cuidados

Convido você que não existe
Em algum lugar germina pacientemente
Verdadeira flor lírica, queime ardentemente



M. F. C.


Vai o mundo lhe espera. A liberdade é uma dádiva subjetiva, não existe dominação, senão em sua permissão consentida.
Quero Descer.

domingo, 4 de abril de 2010

Clima Febril


A noite é breve
Os dias são abertos
Este clima de febre
Sempre. Enamorados tão espertos

E José senhor oportuno
Tristão Pedro infeliz infortúnio
Uma feliz desleal empatia
Eterna pathos injúria sadia

Blasfêmia besteira fictícia sinceridade
Inexiste isto diante falsidade?
Comediante vinho coercivo aproveitador

Isolda, teatral peça banal?
No final inexiste final
A infeliz quieta reciprocidade



M. F. C.

sábado, 3 de abril de 2010

Aquecidas Horas


Recebo suas mãos enquanto não te conheço
Inspiro o aroma perfumado de sua pele
Jogo para fora toda ânsia pelo contexto
Está frio aqui nesta sala, me leve

Vou de frente com o futuro calor
Projeto volições tempestuosas do âmago meu furor
Encontro você parada na janela me esperando
Chegando na calada noite, à ti, cantando

Onde estão todas as pessoas para conter
Em vão todas num ato consciente deter
Sou o ceifador de monótonos processos românticos

Aquecidas horas em épocas de estranho movimento
Cadê tudo ao redor quando preciso lembrar
Dias já não fazem sentido sem amar



M. F. C.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Plausíveis Fábulas!


Mundo utópico inerente fantasia
Fundo inóspito emergente magia
Parábolas constroem saber plausível
Fábulas corroem conhecer inteligível

Seria pérfido condutor afetuoso
Teria sórdido indutor monstruoso
Nada apropriado faz subjetivar
Cada amontoado jaz estagnar

Pudera empilhar as imagens
Esconder as expressões malgradas
Quisera vendar as miragens

Denoto inobservar fato vidente
O mistério do planeta indissolúvel
Aponto repugnar tato recente


M. F. C.


Motivo: engraçado e ao mesmo tempo estranho, com uma pitada de preguiça e isenção de sentimento, penso no momento que de todas minhas poesias, esta é uma das poucas, senão a única em que não coloquei sentimento. Enojo-me, totalmente mecanicista este ato de escrever, apertei no automático e fiz.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Doce Brisa

Está escuro aqui, as nuvens não são as mesmas, perdi seus olhos, mas ainda tenho em vista seu meigo e doce sorriso; ainda no balançar da doce brisa aromatizada tenho suas madeixas cravadas no meu peito invólucro por escudos ressentidos do passado. A inspiração que tinha, o hálito inspirador para as rimas se foram, falta-me os belos dias efêmeros perenes de antes, aquela poesia já não se faz tão ritmada, não tem alma, sem solo, em solo, é solo. Prefiro esperar as pompas do celibato iminente. Quero enxergá-la e ter a impressão de que o tempo não passou, e as coisas não se foram. As flores estão apenas objetivas, sem encanto, o orvalho é frio, e a vida não tem aquela vivacidade. Bravo! Inexorável permaneço, basta-me imaginar, quero simplesmente observá-la.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Desprovidos. De Fases



Somos seres desprovidos, de fases
Somos seres cristalizados, lunáticos fugazes
A onda norteia inconcebível comoção
A pedra rastreia perdida emoção

Como lutar ao relento sedento
Permita-me compreender rebeldia desesperada atenta
Leve-me buscar contigo voz serena
Deixe de enlouquecer leve vento

As águas por aqui corriqueiras
Em chamas ardem em mangueiras
Uma extensão do corpo entonada

Neste clássico soar ouço preocupante
Fingir não sentir angustia omitir
Espero pelo surreal desfecho ofegante


"Nas lacunas subliminares, preciso reconhecer
Entre passos espaços, inciso pertencer
Ofereço o coração, minhas mãos"


M. F. C.
Quase surrealista...

sábado, 20 de março de 2010

A Deriva

Deixe-me suspirar em seu peito, acalante minha alma, quero imaginar que o tempo não existe, que as possibilidades são apenas hipotéticamente possibilidades e remetem ao se, o se este que na verdade é pura projeção do real, de concreto/experimental não subsiste ou se veredicta, pra tudo se vive, se delicia, se perfecciona, por um triz temerário espero a deriva.
Na penumbra prossigo o trajeto.
As palavras passam-se por gestos
.


M. F. C.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Vivo Passado, Cupido, Estranho Cupido


Desculpe-me a afoita pressa de antes, confesso, era a imaturidade apaixonada desenfreada de outrora, resido no hoje acalorado amor ponderado. Estranho Cupido, passado próximo, presente viajante retomado, voltaste a confundir este confuso e escuro abstrato corpo afetivo-corporal. Sob a luz do luar estrelado, guia onírico romântico ideal te contemplo ainda que lutando contra meus paradigmas, conceitos éticos-coerentes, seu brilho existe para conduzir a ressurreição deste garoto pulsante apaixonado. Guerreira bailarina, quero embriagar-me de ti espelho platônico físico-real. “Quantas vezes você pode encontrar...”. Se cuide, posso cuidar. Atordoa minha alma, confunde meu coração, vida em minha paixão, ou nada ou tudo, tudo e nada se confundem na convergência das partes semelhantes que se diferem, em tudo e em nada, este ínfimo horizonte perante a leveza destes passos saltitantes tão ritmados. Quebro o protocolo para hoje deleitar-me apenas em apreciar, vivo em ti, espero o inesperado esperado, fiquei sem ar, as seis letras embutidas em oito voltaram tornando-me emudecido agora perturbado confundido, “Letras” Corporais declamadas. “Suas palavras me calaram profundamente”, meu alento em contento. Protejo-te.


M. F. C.

domingo, 14 de março de 2010

O Amor


Não nasci para vivenciar empiricamente o amor, nasci para percebê-lo. Não nasci para tocar e/ou experimentar o amor, nasci apenas para senti-lo, descrevê-lo, escrever sobre ele. Sou o próprio, me coloco nos interstícios do enredo romântico e da insanidade salubre humana. Permuto entre idas e voltas no âmbito sentimental, acomodo-me em observar apenas o ocorrido desastre entre membros, o choque entre animais, o prazer voluptuoso entre dois seres. O amor, apenas este incomensurável. Já lhe disse Te Amo? Esqueça que existo, os conformes são apenas um detalhe. Vazio existencial.


M. F. C.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Nuvens Lunares no Azul Céu do Mar


Se um novo horizonte. Esses seus azuis de céu conseguem atrair até mesmo o mais voraz e imbatível dos épicos heróis, esse branco leve doce elicia uma inesperada vontade e curiosidade de saborear. És pluma leve lua breve ao mar, seres, hóspedes terrestres condensados num mesmo espaço, ainda que na imaginação. Utópico deleite platônico. O não tangível se vê nas possibilidades disponíveis, diante toda inviável e intransigente loucura deste planeta. E desde quando loucura não é salutar. Olhar é permitido, o tocar é apenas um detalhe, vislumbre não é custeado, basta apreciar, contentar.


M. F. C.

Samba Brasil meu Samba


Sintam as vozes que ecoam destinadas
Transpire o som que emana convidativo
Vamos! Ouçam a música, alas direcionadas
Esta harmonia rítmica solicita ouvido receptivo

Samba Brasil meu samba, venha dançar
No batuque brasileiro movimente o pandeiro
No desfile da nação, povo guerreiro
As batidas das baterias cantam conquistar

Experimentem e vejam o rebolado sonoro
Através de minha visão permito ceder
Tente imaginar sonho real, prometo descrever

Terra adorada, cidade iluminada forte explosão
Proibido balanço, popular tesouro, sensual excitação
Felicito-te tentadora volúpia, admirável rica cultura


M. F. C.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A cena


Ele não sabia não exagerar, não sabia sentir pouco, não sabia esperar, sua inocência se resumia na força e impulsão de mostrar o que dizia e queria seu coração. Quantas vezes se sabe amar? Quantas vezes o amor bate à sua porta? Isso que se diz amor, na verdade não se é o que transmite uma simples, mera e relez palavra. O amor é uma armadilha? São apenas trilhas que te levam a um destino, te faz imaginar que é o único e capaz local que se mostra eterno e insubstituível. É tudo um sonho, quando você acorda e olha ao seu redor, vê que tudo não passou de uma situação passageira, e avista logo outro momento, outra situação. A cena se repete, e de súbito surge a impressão de que tudo o que está acontecendo já aconteceu antes. A história continua, os capítulos com sensação de já vistos reservam novas emoções. Ele caía e se levantava, inúmeras vezes a queda antecedia seu reerguimento. Ele conhecia os atalhos para mover-se do passado. Substituir, mesmo sem querer era seu segredo, sua fórmula para persistir na idéia utópica do amor, era um ser de amores; mesmo a contragosto, contra o que preconizava, era seu existir. Após a descoberta e decepção, lhe restava sempre substituir, sua cura para amargura. “Nossas relações são permeadas por relações substitutivas”. A cena se repete? O amor estaria lhe reservando uma outra armadilha? Este ar emite um aroma peculiar, exala um cheiro familiar. A cena se repete? O risco de amar.


M. F. C.

Jovem Audacioso


É menino, sabes ser brincalhão
Jovem garoto, sabes deleitar diversão
Áspero homem com princípios reais
Relutante adulto com juízos, ideais

Temerário que não conhece temer
Imaginário empírico de dito apurado
Sua audácia configura seu ser
Seus argumentos emudecem conceito falado

A queda é necessária menino
Quão difícil vencer sem sofrer
Congratulada vitória apreciada por merecer

Continue o trajeto feroz garoto
Cultive as sementes dócil homem
Flores colhidas gracejam um nome



Motivo: poesia feita a um amigo.

M. F. C.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Teatro às Escondidas


Novamente a efemeridade se mostrou detentora do trono, se fez presente, e com isso venceu ignorante, o fraco, oprimido, e porque não também perdido, jovem temerário. As aparências não enganam, nós que nos escondemos atrás das cortinas e fingimos que o que está por vir, não estará por vir: - 'é tudo fruto de nossa mente fantasiosa', repudiamos nós. Pura balela, é preferível viver na ilusão conformista de que amanhã nada se alterará. Blasfêmia. O mundo continua girando, a todo momento as pessoas mudam, inevitável que os resultados também se alterem, mas ainda sim, vivemos em um teatro. O espetáculo necessita de aplausos, as congratulações levam os personagens ao fantasioso mundo das fugacidades mundanas.

"Cansei-me de alimentar o insaciável, a vida terrena exige dureza, na severidade exigida pelo planeta selvagem, a isenção sentimentalista pede espaço".


M. F. C.

Super - Herói


E se você tivesse super poderes
Transpusesse os obstáculos, superasse todos seres
Aceitaria enveredar-se pelos enigmas das horas
Desvendar os segredos passados das histórias?

Teria coragem congratulado homem, de prever?
Sou senhor de meu destino, consigo
Completar reticências, alterar conseqüências, resultado remover?
Nossas vidas são suscetíveis, enfrento, insisto

A glória existe na vontade intencional
Eu posso ver o invisível desmedido
Minhas dores inexistem frente ao passional

Minha força renova-se em cada derrota
Transito calmamente entre passado, futuro, presente
Tenho olhos desafiadores do óbvio evidente



M. F. C.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Amável Poderio


“Meu refúgio e minha cidadela”
Imanente amável, és Universo, Terra
A força do sentido existente
Poderio criador, senhor pai complacente

“Te cobrirá com suas penas”
A fé. Acredite que lhe vale
A vida é um milagre



M. F. C.

Anjos Alados


Comadres e compadres
Tinha amigos e não sabia
Era um idiota que persistia
Companheiros e Estrelas

Vejo certo ao meu lado
Em verdade
Vocês, nobres astros guias alados



M. F. C.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Voe!


Esnobe
Ácido
Pobre
Elástico


Caro
Reincidente
Raro
Temente

Mutável
Maleável
Camaleão

Acordada
Nudez
Mal-dada



Motivo: brincando com as palavras, ócio pela escrita poética,
inventando estética.


M. F. C.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Persevere


No compasso da alteridade
Exposição facilitadora de entendimento
Se complete perseguindo sentimento
Persevere arriscando a idade

Dizer diz o real presente
Sentir expõe que sente
Reforço tolice local desmedida
Reitero chatice habitual decaída

É, monte seu corpo
Isso, enigmatize o mistério
Vamos, enfrente o sério

Sinta a melodia aproximando-se
Mencione que ao invés
Pessoas são de viés



M. F. C.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Clara Conseqüência


Cansado de empirismo
Eu sou inocente
Quero o conformismo
Domino confusa mente

Cansado de cegueira
Eu sou afoito
Quero o coito!?
Domino tentação feiticeira

Me leve daqui
Cadê? Escureceu dia
Você? Novo guia?

Provável gesto disfarçado
Clara conseqüência decorrida
Assento-me. Monstro calado



M. F. C.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Paraíso


Espero inebriar-me de esperanças
Renovar experiências de confiança
Constantemente reclamar a felicidade
Espero repelir, reprimir maldade

Encontrar extasiado o paraíso
Desfrutar o aclamado sonho
Despir lógica de sentido
Erigir desinibido indivíduo bisonho

Nas veredas ofegante enxergo
Nos espaços restantes fraquejo
Deleito-me com cada pedaço

O amor facilita labirintos
Convite irrecusável recita versos
Soberano montante, valorosos instintos



M. F. C.