domingo, 18 de setembro de 2011

Passagem


Observe o movimento sobressair aos cantos
para tomar suas próprias conclusões hipotéticas,
se ventos dizem falácias privo-me de canto
Se achas isto, fato, aparências miméticas

Infiel véu apelante ao óbvio desguarnecido
de tanto vencido percebes ser desprovido,
do mais puro e alto senhor,
aquilo que talvez sábio, denominou-se amor

Quero exprimir-te daqui veloz corrida,
alegada de riscos, conjunta de afetos
Fortuna de medos, permuta de credos

Realizada de metros, sobre vistas condutas
Empoeirada de anúncios, situei-me ao ilhado
Vislumbrei olhar, queimei em restantes labutas



M. F. C.

Primavera


Encorajei-me em dizer ao menos um
momento que um dia quis num
tento provar-te ser aquele que acalanta
sua pressa em não querer alvorecer

Sua é sua, deixe-se voar, sua
Tuas andanças, teu romance já não
somente pertencente à ti, sôfrego chão,
és meu espaço seu alicerce, tua rua

Pensei lhe falar que os encontros
Cerceiam as arestas calcadas pelo errante
Que os caminhos convergem. Encante-me!

Folhas não mais caem. Encontre-me!
Pensei que sou tempo, inexorável mutante
Implacável e transformador, encontre-me noviça passarela

Primavera...
Flores mais perseveram...



M. F. C.