segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Tóxico Ato Banal


M - Ignoro-te substancialmente por querer importunar
M - Sua presença invariavelmente aglomera espaço
M - Então me deixe! Permito curar
M - Então me dê, conquisto traços

P - Ai como dói, que tenho?
P - Mais remédio? O trono engenho?
P - Ai como sofro! Suprimiu-me atenção
P - Trago troco. Por mera ilusão

M - Para! Meus fármacos são exatos
M - Sei, reduzem-no à cacos intactos
M - No elevado dopado faço-te alienado

P - Tóxico ato banal déspota medicalizador
P - Posso sonhar, criar, construir relações
P - Deixe. Posso emergir, romper tradições
(M) Médico - mor
(P) Paciente - servil

M. F. C.

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