quinta-feira, 25 de março de 2010

Doce Brisa

Está escuro aqui, as nuvens não são as mesmas, perdi seus olhos, mas ainda tenho em vista seu meigo e doce sorriso; ainda no balançar da doce brisa aromatizada tenho suas madeixas cravadas no meu peito invólucro por escudos ressentidos do passado. A inspiração que tinha, o hálito inspirador para as rimas se foram, falta-me os belos dias efêmeros perenes de antes, aquela poesia já não se faz tão ritmada, não tem alma, sem solo, em solo, é solo. Prefiro esperar as pompas do celibato iminente. Quero enxergá-la e ter a impressão de que o tempo não passou, e as coisas não se foram. As flores estão apenas objetivas, sem encanto, o orvalho é frio, e a vida não tem aquela vivacidade. Bravo! Inexorável permaneço, basta-me imaginar, quero simplesmente observá-la.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Desprovidos. De Fases



Somos seres desprovidos, de fases
Somos seres cristalizados, lunáticos fugazes
A onda norteia inconcebível comoção
A pedra rastreia perdida emoção

Como lutar ao relento sedento
Permita-me compreender rebeldia desesperada atenta
Leve-me buscar contigo voz serena
Deixe de enlouquecer leve vento

As águas por aqui corriqueiras
Em chamas ardem em mangueiras
Uma extensão do corpo entonada

Neste clássico soar ouço preocupante
Fingir não sentir angustia omitir
Espero pelo surreal desfecho ofegante


"Nas lacunas subliminares, preciso reconhecer
Entre passos espaços, inciso pertencer
Ofereço o coração, minhas mãos"


M. F. C.
Quase surrealista...

sábado, 20 de março de 2010

A Deriva

Deixe-me suspirar em seu peito, acalante minha alma, quero imaginar que o tempo não existe, que as possibilidades são apenas hipotéticamente possibilidades e remetem ao se, o se este que na verdade é pura projeção do real, de concreto/experimental não subsiste ou se veredicta, pra tudo se vive, se delicia, se perfecciona, por um triz temerário espero a deriva.
Na penumbra prossigo o trajeto.
As palavras passam-se por gestos
.


M. F. C.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Vivo Passado, Cupido, Estranho Cupido


Desculpe-me a afoita pressa de antes, confesso, era a imaturidade apaixonada desenfreada de outrora, resido no hoje acalorado amor ponderado. Estranho Cupido, passado próximo, presente viajante retomado, voltaste a confundir este confuso e escuro abstrato corpo afetivo-corporal. Sob a luz do luar estrelado, guia onírico romântico ideal te contemplo ainda que lutando contra meus paradigmas, conceitos éticos-coerentes, seu brilho existe para conduzir a ressurreição deste garoto pulsante apaixonado. Guerreira bailarina, quero embriagar-me de ti espelho platônico físico-real. “Quantas vezes você pode encontrar...”. Se cuide, posso cuidar. Atordoa minha alma, confunde meu coração, vida em minha paixão, ou nada ou tudo, tudo e nada se confundem na convergência das partes semelhantes que se diferem, em tudo e em nada, este ínfimo horizonte perante a leveza destes passos saltitantes tão ritmados. Quebro o protocolo para hoje deleitar-me apenas em apreciar, vivo em ti, espero o inesperado esperado, fiquei sem ar, as seis letras embutidas em oito voltaram tornando-me emudecido agora perturbado confundido, “Letras” Corporais declamadas. “Suas palavras me calaram profundamente”, meu alento em contento. Protejo-te.


M. F. C.

domingo, 14 de março de 2010

O Amor


Não nasci para vivenciar empiricamente o amor, nasci para percebê-lo. Não nasci para tocar e/ou experimentar o amor, nasci apenas para senti-lo, descrevê-lo, escrever sobre ele. Sou o próprio, me coloco nos interstícios do enredo romântico e da insanidade salubre humana. Permuto entre idas e voltas no âmbito sentimental, acomodo-me em observar apenas o ocorrido desastre entre membros, o choque entre animais, o prazer voluptuoso entre dois seres. O amor, apenas este incomensurável. Já lhe disse Te Amo? Esqueça que existo, os conformes são apenas um detalhe. Vazio existencial.


M. F. C.