segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Onde Estive


Onde estive quando a eloqüente
indagação resoluta permeou
meu coração
Onde estive quando a conseqüente
informação astuta nomeou sua intenção
Onde estive quando sua voz descreveu aos meus olhos
como sofrer sem ao menos manusear
Mesmo simples ato em dirigir
a palavra proferir
reduzir-me-ei em cinzas
Tua sonoridade me dilui
Nua veracidade me institui
Pranto seco
Onde estive quando o inevitável
movimento das folhas
revelava que não era
Onde estive quando a irrefutável
marca me deteve
Os ciclos se fecham
Onde estive quando me escondia
As palavras soltas anunciam
Chamaram, reclamam, eclodem.



M. F. C.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Tóxico Ato Banal


M - Ignoro-te substancialmente por querer importunar
M - Sua presença invariavelmente aglomera espaço
M - Então me deixe! Permito curar
M - Então me dê, conquisto traços

P - Ai como dói, que tenho?
P - Mais remédio? O trono engenho?
P - Ai como sofro! Suprimiu-me atenção
P - Trago troco. Por mera ilusão

M - Para! Meus fármacos são exatos
M - Sei, reduzem-no à cacos intactos
M - No elevado dopado faço-te alienado

P - Tóxico ato banal déspota medicalizador
P - Posso sonhar, criar, construir relações
P - Deixe. Posso emergir, romper tradições
(M) Médico - mor
(P) Paciente - servil

M. F. C.

Amarras Floridas


Mulheres que provocam mazelas
Sentem para se sentir
Mulheres que retocam sequelas
Mentem para se inibir

Apenas ouço o sussurrar
As penas malditas punitivas
Águias se inauditas fugitivas
Algemas em grosso balançar

Fosse prática a compreensão
Talvez flácida a emoção
Maldade minha clamar caridade

Mulheres para não reter
Experimentar em não esperar
Flores passíveis de amar



M. F. C.

Molhada Margarida


Serena doce olhos de mel
Belos lábios, tens cor cerejeira
Dê-me vícios incessantes de primeira
Jogue indícios instigantes brando céu

Verdade vã tocar-te por representação
Disparidade sã repousar simples saudação
Naquele dia, embora parecesse irreal
Teu sorriso surgido reinou real

As palavras traçam perfis comunicativos
Delineiam curvas sutis em acordo
Conteste dourada justa! Contos argumentativos

Oh querida bela apreciada donzela
Montante mesclado molhada margarida Estela
Sadia simpatia semeada saudosa singela


M. F. C

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Deusa Fértil


Como um doce em sabor
Durável em intensidade seu calor
Volição reiterada, deguste ato prazeroso
Inibição aflorada, ilustre fato mendigoso

Polivalente mulher, voraz afrodisíaco talento
Ascendente terna, audaz lírico tento
Encantadoras qualidades feroz dócil leoa
Virtuosa melodia, sonorosa música, entoa

Descrevi-te imperiosa em contextos complacentes
Sua viril marca vital acolhedora
Descrevi-te generosa sem textos precedentes

Fértil robustez, inovada pérola estável
Sutil guia, mostraste útil vigia
Fértil solidez, admirada materna amável


M. F. C.